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Tycho Brahe |
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Também chamado Tyge Brahe,
este astrônomo dinamarquês, descendente de família nobre,
nasceu no dia 14 de dezembro de 1546 em Knudstemp (Schonen) e
morreu no dia 24 de outubro de 1601 em Praga.
Tycho
Brahe é lembrado principalmente por suas meticulosas
observações, feitas com instrumentos que ele mesmo desenhou
antes do advento do telescópio.
Tycho Brahe observou
uma supernova em 1572 tendo publicado um livro sobre este
fenômeno em 1573, com o nome "De Nova Stella", onde mostrava
suas observações e concluia que as próprias estrelas podiam
mudar. As medições dos brilhos da supernova que ele obteve
mostraram, claramente, que ela era um objeto variável. É
interessar notar que Brahe hesitou muito em escrever este
livro porque, naquela época, era considerado impróprio um
nobre escrever livros.
Em 1576, o rei Frederick II da
Dinamarca cedeu a Tycho Brahe uma ilha inteira a leste de
Copenhagen, chamada Hven (ou Hveen). Esta ilha atualmente
pertence à Suécia e tem o nome de Ven.
Brahe construiu
nesta ilha, para ele mesmo, um observatório sob encomenda, o
observatório de Uraniborg onde realizou suas primeiras
observações com os instrumentos que ele mesmo fabricava.
Brahe gastou 20 anos de sua vida realizando
observações astronômicas em Uranienborg. Mais tarde, ele
construiu um outro observatório, o Stjerneborg.
Estes
são os observatórios astronômicos construídos por Tycho Brahe,
o observatório Uraniborg (a esquerda) e o observatório
Stjarneborg (a direita). Na imagem do observatório
Stjarneborg, palavra que significa "castelo das estrelas",
podemos ver vários tipos de instrumentos usados naquela época.
Stjarneborg e Uranienborg, ambos situados na ilha Hven, foram
os mais avançados observatórios da época que antecedeu à
descoberta do telescópio.
É muito importante notar que
estamos falando de observações feitas antes da
descoberta do telescópio, que só ocorreu em 1609. Como então
essas observações eram feitas? Outros instrumentos eram
utilizados e alguns deles são mostrados abaixo.
A imagem colorida acima nos mostra
o observatório de Tycho em Uraniborg, Dinamarca, em 1587. Aqui
Tycho é visto mostrando o quadrante mural, isto é, um grande
quarto de círculo sobre uma parede, que ele usava para medir
as altitudes nas quais as estrelas e os planetas cruzavam o
meridiano. O observador está à direita do centro enquanto que
a luz entra pela janela estreita na parte superior esquerda.
Vários instrumentos são mostrados nos nichos que estão ao
fundo.
Este é um outro instrumento usado
pelos astrônomos da época. É a armilária equatorial de Tycho,
com um círculo de declinação com 2,90 metros de diâmetro.
Este é o grande sextante que Tycho
Brahe construiu e usava em suas observações. Este equipamento
não tem qualquer relação com o instrumento moderno de
navegação que conhecemos com o nome de sextante. Na verdade, o
equipamento de Tycho Brahe correspondia a 1/6 de um círculo,
daí o seu nome "sextante", que era conectado a um pedestal por
uma junta universal que permitia que ele girasse em qualquer
direção.
Usando esses equipamentos Tycho Brahe
observou, em 1577, um cometa. As medições de paralaxe feitas
por ele demonstraram que estes objetos estavam além da Lua.
Brahe começou a escrever um livro sobre este cometa mas nunca
o terminou.
A natureza briguenta de Tycho o levou a
duelar e, como resultado disto, ele perdeu parte do seu nariz.
A prótese escolhida por ele foi um nariz de prata. Este seu
temperamento, no fim das contas, colocou-o em desgraça.
Em 1596 Tycho Brahe teve uma polêmica com o rei sobre
questões religiosas. Como consequência, o generoso fundo dado
pelo governo foi cortado pelo sucessor do rei Frederick II.
Aborrecido com isso Tycho aceitou o convite feito pelo
imperador Rudolf II que morava no castelo de Benatky, na
Boêmia, próximo a Praga, República Tcheca. Tycho então se
transfere, com seus instrumentos, para a corte de Rudolph II,
em Praga, em 1599, onde ele passaria suas observações para
Johannes Kepler.
Curiosamente, durante os anos de 1600
dois dos mais importantes astrônomos europeus, refugiados,
foram convidados do imperador Rudolph II. O mais velho deles
foi Tycho Brahe. O outro era Johannes Kepler.
Tycho
Brahe foi talvez o maior observador de todos os tempos. Ele
desenvolveu novos instrumentos e novas técnicas para realizar
observações.
Kepler usou as observações de Tycho Brahe
para deduzir as suas leis das órbitas planetárias. Foi a
precisão das observações de Brahe que permitiram que Kepler
determinasse corretamente que as órbitas dos planetas são
elipses com o Sol em um dos focos.
A
cosmologia de Tycho Brahe
As medições das posições
planetárias feitas por Tycho Brahe estavam em desacordo com o
modelo de Ptolomeus.
Baseado nisto Brahe, que já era
conhecido em toda a Europa, desenvolveu o seu próprio modelo
do Sistema Solar no qual o Sol e a Lua estavam em órbita em
torno da Terra, mas os planetas restantes estavam em órbita em
torno do Sol.
A imagem acima é uma versão
simplificada do modelo para o cosmos feito por Tycho Brahe. O
Sol se move em torno da Terra e todos os planetas circulam ao
redor do Sol.
Na verdade o modelo de Tycho Brahe era
uma modificação geocêntrica do modelo de Copérnico. Seu
sistema era inteiramente equivalente ao sistema de Copérnico,
no sentido de que os movimentos relativos de todos os
corpos celestes (exceto as estrelas) são os mesmos nos dois
sistemas.
Esta imagem mostra detalhes do
sistema de Tycho Brahe, não desenhado em escala.
O cometa de 1577 também aparece
nesta ilustração reproduzida do livro de Tycho sobre aquele
cometa, publicado em 1588, onde o sistema solar está
totalmente registrado.
A imagem abaixo compara os
modelos cosmológicos de Ptolomeu, Copernico e Tycho Brahe.
Embora a cosmologia de Tycho Brahe tenha sido
logo esquecida, sua grande reputação atual resulta do fato
dele ter fornecido as bases observacionais que permitiram
Kepler desenvolver a sua pesquisa.
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