Em 10/05: CECILIA PAYNE


★10/05/1900 †07/12/1979
Foi a primeira pessoa a mostrar que o Sol é composto primariamente de hidrogênio, em 1925. Na época, acreditava-se que o Sol possuísse uma composição similar à da Terra.
“A mais brilhante tese de doutorado já escrita em Astronomia ”
“Sua carreira é uma lembrança de que a razão por que não havia mais mulheres cientistas na história não se devia à falta de talento ou de paixão, mas sim à misogenia sistemática da sociedade”

Cecilia Helena Payne-Gaposchkin foi uma astrônoma anglo-americana que foi a pioneira em aplicar Leis da Física Atômica no estudo da temperatura e densidade de corpos estelares e a primeira a concluir que hidrogênio e hélio são os dois elementos mais comuns no Universo. Durante a década de 1920, a explicação aceita da composição do Sol era um cálculo de cerca de 65% de ferro e 35% de hidrogênio. Na Universidade de Harvard, em sua tese de doutorado (1925), Payne afirmou que o espectro do Sol era consistente com outra solução: 99% de hidrogênio com hélio e apenas 1% de ferro. Ela teve dificuldade em convencer seus superiores a levar o trabalho a sério. Passaram-se mais 20 anos até que a reivindicação original de Payne fosse confirmada por Fred Hoyle.

Quem foi Cecilia Payne-Gaposchkin, que descobriu a composição do Sol
Marilia Marasciulo

Se hoje olhamos para o céu e sabemos que as estrelas, entre elas o Sol, são compostas principalmente de hidrogênio e hélio, é graças à astrônoma Cecilia Payne-Gaposchkin. Nascida no interior da Inglaterra no dia 10 de maio de 1900, ela estabeleceu a carreira acadêmica na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, onde trabalhou até se aposentar, em 1966. Morreu 13 anos depois, aos 79, no dia 7 de dezembro de 1979.

Saiba mais sobre sua vida e carreira:

Paixão pelo universo
Payne-Gaposchkin tinha 5 anos quando, durante um passeio com a mãe, viu uma estrela cadente. Apaixonada pelo universo desde então, passou a se dedicar inteiramente aos estudos. Em sua autobiografia, lembra que gostava mais de livros do que de garotos, e lia Platão por pura diversão.

Estudos em Cambridge
Em 1919, ganhou uma bolsa para estudar no Newnham College, da Universidade de Cambridge. Aprofundou-se em botânica, física e química e, embora tenha completado a graduação, não recebeu diploma por ser mulher. Cambridge só começou a conceder diplomas para mulheres depois de 1948.

Mudança para os EUA
Frustrada com as opções de carreira no Reino Unido, muito limitantes para uma mulher, mudou-se para os Estados Unidos para fazer doutorado em Astronomia na Universidade Harvard. Conheceu mulheres que classificaram centenas de milhares de estrelas com base em suas temperaturas e composição.

A descoberta
Aplicando a equação de ionização criada pelo físico indiano Meghnad Saha e cruzando dados por dois anos, Cecilia finalmente descobriu do que as estrelas eram feitas: hidrogênio e hélio.

Mas seu orientador na época, o astrônomo Henry Norris Russell, achou que a conclusão da cientista estava errada, e ela seguiu o conselho dele de omitir a descoberta da tese. Quatro anos depois, Russell chegou ao mesmo resultado e publicou a conclusão, mencionando o trabalho de Payne-Gaposchkin brevemente. Como era de se esperar, ele recebeu o crédito pela descoberta.

As dificuldades
Apesar de ter tido a dissertação muito elogiada e recebido diferentes reconhecimentos, não era fácil ser mulher nos anos 1920. A cientista começou a lecionar em Harvard em 1925, mas o presidente da universidade deixou claro que jamais daria a ela o cargo oficial de professora — ela era listada como uma assistente técnica e recebia um salário muito baixo.

O casamento
Em 1933, resolveu embarcar em uma viagem pelos observatórios europeus. O clima pré-Segunda Guerra Mundial, porém, aumentava a tensão no Velho Continente.

Em uma conferência na Alemanha, um tímido astrônomo russo chamado Sergei Gaposchkin deu a Cecilia um bilhete: exilado da União Soviética e assustado com a perseguição Nazista, ele pediu ajuda para fugir para os EUA. Ela não só conseguiu um visto, como também um trabalho em Harvard para ele.

Os dois se casaram e, em cinco anos trabalhando juntos, descobriram o que estimativas conservadoras de colegas em Harvard acreditam que teria levado 90 anos para serem desvendadas.

Reconhecimento tardio
Em 1956, Payne-Gaposchkin finalmente se tornou chefe do Departamento de Astronomia de Harvard e deixou um conselho para as jovens mulheres: “Não siga uma carreira científica por fama ou dinheiro… Siga a carreira científica só se nada mais trouxer satisfação, porque ‘nada mais’ é provavelmente o que você vai receber. Sua recompensa é a ampliação do horizonte na medida em que você escala. E, se você conseguir essa recompensa, não vai querer nenhuma outra.”

Cecilia Payne-Gaposchkin, a mulher que descobriu do que são feitas as estrelas

Ela tinha apenas 25 anos quando chegou a uma conclusão que mudaria para sempre a forma que observamos o universo. Cecilia Payne-Gaposchkin foi uma das grandes astrônomas da história e a primeira a dizer do que eram feitas as estrelas.

Apesar disso, sua carreira nunca foi fácil. Teve de enfrentar o ambiente machista que dominava a ciência e o ensino na época.

Nascida na Inglaterra em 1900, Payne-Gaposchkin completou seus estudos de Física e Química no começo da década de 1920, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. A instituição de ensino permitia a presença de mulheres, mas não lhes concedia título universitário oficial.

Mas isso não deteve Payne-Gaposchkin. Em busca de uma carreira na astronomia, ela decidiu estudar nos Estados Unidos, onde imaginava que teria mais oportunidades. Em 1923, chegou ao Observatório de Harvard.

Entre 1885 e 1927, o Observatório empregou cerca de 80 mulheres para estudar fotografias de estrelas feitas em placas de vidro. Eram conhecidas como “mulheres computadores” de Harvard e fizeram grandes descobertas astronômicas. Entre elas, galáxias, nebulosas e a criação de métodos para medir distâncias no espaço.

Uma descoberta revolucionária

Enquanto Payne-Gaposchkin trabalhava no Observatório, usou seu aprendizado na área de física quântica para fazer uma descoberta revolucionária: determinar a composição das estrelas.

Durante a pesquisa para seu doutorado, que obteve em 1925, a astrônoma chegou à conclusão de que as estrelas são compostas de hidrogênio e hélio.

No entanto, essa conclusão foi contestada – e até ridicularizada – na época. O motivo é que o resultado entrava em conflito com a crença de que as estrelas tivessem uma composição química similar à da Terra.

Por isso, o famoso astrônomo Henry Norris Russell recomendou que Payne-Gaposchkin retirasse essa ideia de sua tese, dizendo que isso era “claramente impossível”.

Porém, a descoberta acabou sendo confirmada. Em 1929, o próprio Russell reconheceu que Payne-Gaposchkin tinha razão.

Os atrônomos Otto Struve e Velta Zebergs classificaram a tese de Payne-Gaposchkin como “a mais brilhante já escrita na astronomia”. Mais tarde, foi publicada como um livro: Stellar Atmospheres (Atmosferas Estelares, em tradução livre).

Apesar disso, Payne-Gaposchkin teve dificuldade para conquistar um lugar em Harvard. Entre 1927 e 1938, atuou como assistente técnica do então diretor Harlow Shapley, mas não lhe deram um posto oficial.

“Isso se devia ao pensamento misógino do presidente de Harvard, Abbott Lowell, que se negou a nomeá-la e jurou que nunca ocuparia uma cátedra em Harvard enquanto estivesse vivo”, escreveu Amy Davy, curadora do museu de ciências de Londres.

Em 1938, já com outro presidente na instituição, Payne-Gaposchkin conquistou um posto oficial – porém, ainda não de professora.

Finalmente, na segunda metade da década de 1950, se tornou professora de Harvard. Depois, foi a primeira mulher a dirigir um departamento na instituição, o de astronomia. Em 1966, se aposentou.

“No entanto, apesar do seu êxito, Payne-Gaposchkin ainda ganhava menos do que seus pares homens. Um problema de desigualdade salarial de gênero, que existe ainda hoje”, considerou Davy.

“Sua carreira é uma lembrança de que a razão por que não havia mais mulheres cientistas na história não se devia à falta de talento ou de paixão, mas sim à misogenia sistemática da sociedade”, acrescentou a curadora.

“O trabalho de Cecilia Payne-Gaposchkin foi inegavelmente importante para nossa compreensão das estrelas e da astronomia. Porém, devido ao seu gênero, teve que trabalhar muito mais para lutar pelo reconhecimento que merecia”.

A própria Payne-Gaposchkin descreveu a si mesma como uma “uma rebelde contra o papel feminino” e declarou que sua verdadeira rebelião “era contra ser pensada e tratada como inferior”.

LEIA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cecilia_Payne-Gaposchkin
https://www.harvardsquarelibrary.org/biographies/cecilia-payne-gaposchkin-3/
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/16/cecilia-payne-gaposchkin-a-mulher-que-descobriu-do-que-sao-feitas-as-estrelas.ghtml
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/09/quem-foi-cecilia-payne-gaposchkin-que-descobriu-composicao-do-sol.html
https://osr.org/blog/kids/cecilia-payne-composition-of-the-sun/

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